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Preço e burocracia são entraves para tratamento com cannabis medicinal

A Kaya Mind, empresa brasileira especializada em dados e inteligência de mercado no segmento da cannabis, do cânhamo e de seus periféricos, acaba de divulgar uma pesquisa que aponta que o preço e a burocracia do processo são as principais dificuldades para quem quer iniciar um tratamento com cannabis medicinal no Brasil.

Por Medicina S/A

Os dois fatores foram considerados em 56,1% das respostas de uma pesquisa da startup.

Segundo a empresa especializada em dados, após o preço e a burocracia, os fatores que mais atrapalham uso da cannabis medicinal no país são a dificuldade para obter uma prescrição médica, que foi considerada em aproximadamente 21,8% das respostas, a falta de informação (17,5%), a falta de comprovação de eficácia (3%) e outros motivos (1,5%). Vale lembrar que essa parte da pesquisa foi realizada em múltipla escolha, portanto, o número total de respostas (531) não necessariamente representa a quantidade de entrevistados.

De acordo com a Kaya Mind, no total, sua pesquisa contou com 1.022 entrevistados, sendo que destes, 297, ou seja, 29% dos participantes, já eram pacientes de cannabis e foram considerados para essa avaliação do mercado medicinal.

Os resultados do estudo mostram que, embora nos últimos anos a Anvisa tenha aprovado uma série de resoluções com o objetivo de facilitar o acesso dos pacientes à produtos derivados da cannabis, a burocracia para fazer todo o processo de importação e compra dos produtos segue sendo um dos pontos mais críticos para as pessoas que desejam iniciar o tratamento no país.

Além disso, o fator preço também tem prejudicado muito o setor. “Além de aparecer em primeiro lugar no ranking dos pacientes, os medicamentos mais baratos presentes nas farmácias foram os principais responsáveis pelo salto de mais de 700% que as vendas tiveram em 2021”, afirma Thiago Dessena Cardoso, cofundador e CIO da Kaya Mind.

Já a questão da dificuldade de obter uma prescrição médica, que está em terceiro lugar no ranking, se deve especialmente pela questão de que nem 1% dos médicos com CRM ativo no país prescrevem cannabis, segundo dados da Anvisa.

Ainda de acordo com a pesquisa da Kaya Mind, outro fator relevante que atrapalha o uso da substância é a falta de informações de qualidade.

“Mesmo com dezenas de estudos publicados em revistas científicas sobre os benefícios da cannabis para o tratamento de diversas patologias, vemos que uma parcela das pessoas ainda acham que a falta de informação é um entrave para o avanço da substância no país, e isso só ressalta a importância de ampliar as divulgações e conteúdos de qualidade sobre o tema para quebrar esse tabu e essa desinformação”, comenta Maria Eugenia Riscala, cofundadora e CEO da Kaya Mind.

Por fim, uma parcela mínima dos entrevistados acredita que as principais dificuldades para iniciar o tratamento com cannabis são a falta de comprovação de eficácia ou outros motivos.

“Atualmente como a demanda está muito concentrada nas importações, existe esse entrave da burocracia, porém vale ressaltar que, além da Anvisa, existe mais de uma via de acesso a produtos de cannabis no Brasil, que é por meio de farmácias. Hoje, já existem 18 produtos aprovados para venda nas drogarias que podem ser adquiridos diretamente com a prescrição médica” afirma Riscala.

De acordo com levantamento da Kaya Mind, atualmente, mais de 150 empresas vendem produtos importados de cannabis no Brasil e existem pelo menos 3 associações autorizadas a cultivar a planta e produzir medicações para seus associados.

Foto: Medicina S/A

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