Cientistas desenvolvem cinto que monitora sinais fisiológicos ligados à insuficiência cardíaca e transmite dados em tempo real.
Por Futuro da Saúde
As doenças cardiovasculares (DCVs) são apontadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a principal causa de morte no mundo. Dentre elas, está a insuficiência cardíaca, doença crônica cujas estimativas de casos globais ultrapassam 64 milhões, que poderiam ser melhor gerenciados por meio de um monitoramento contínuo e em tempo real. Foi pensando nisso que cientistas da Florida Atlantic University realizaram um estudo e projetaram um cinto que monitora parâmetros fisiológicos relacionados à insuficiência cardíaca.
O estudo, publicado na revista Nature, indica que o monitoramento em tempo real dos sintomas da doença é importante para alertar os pacientes e provedores, possibilitando uma intervenção com medicamentos e evitando a necessidade de hospitalização. Nesse sentido, os cientistas projetaram um novo wearable em formato de cinto, que é colocado na cintura, mas também é combinado com eletrodos que ficam presos no peito e no abdômen. O dispositivo abrange as funções de um eletrocardiograma, detector de movimento e sensor de impedância torácica e monitor de frequência cardíaca.
Os dados levantados pelos sensores são transportados, sem a necessidade de um fio, para um aparelho smartphone por meio do bluetooth e, portanto, podem ser retransmitidos diretamente para os profissionais de saúde, que avaliam a situação de insuficiência cardíaca. O dispositivo foi testado para verificação e os resultados foram precisos, mesmo mediante diferentes atividades ou posições corporais.
Agora, esse cinto de monitoramento está sendo testado em diversos voluntários com o intuito de desenvolver um algoritmo que faça a previsão da insuficiência cardíaca a partir dos dados coletados.
A insuficiência cardíaca é caracterizada por uma anormalidade no coração que o torna incapaz de bombear o sangue necessário para suprir as necessidades do corpo. Isso faz com que o líquido se acumule nos pulmões, impedindo a oxigenação. Dados da American Heart Association, por exemplo, apontam que existem cerca de 6,2 milhões de pessoas diagnosticadas com insuficiência cardíaca nos Estados Unidos e as estimativas indicam que esse número vai aumentar para 8 milhões até 2030.
Foto: Reprodução/Futuro da Saúde