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Relatório de tendências da Ispor destaca 10 áreas da saúde que merecem atenção

Relatório trouxe principais temas que devem afetar a tomada de decisão em saúde nos próximos anos

Por Futuro da Saúde

A ISPOR, Sociedade Internacional de Farmacoeconomia e Pesquisa de Desfechos divulgou nesta quarta-feira seu novo relatório 2024-2025, com o mapeamento das tendências que devem afetar a tomada de decisões em saúde ao redor do mundo. Esta é a quinta publicação do Relatório de Tendências HEOR Top 10 da ISPOR. Confira abaixo os 10 pontos destacados pela entidade:

1 – Evidência do mundo real

O uso crescente da evidência do mundo real (RWE) lidera as tendências em saúde, desempenhando um papel importante na tomada de decisões. Estudos RWE oferecem benefícios únicos, proporcionando uma visão realista e inclusiva de pacientes e considerando os desfechos de saúde. O RWE foi utilizado nos EUA como evidência primária de eficácia em uma nova indicação para tacrolimus. A ISPOR lidera iniciativas para transparência em estudos RWE, destacando boas práticas e colaborando em esforços para promover uma cultura de relatórios transparentes.

2 – Precificação de medicamentos

O preço de medicamentos, agora classificado como a segunda maior tendência no relatório de 2024-2025, é uma preocupação global de saúde. O Inflation Reduction Act nos EUA impulsiona negociações de preços com fabricantes, afetando medicamentos de alto custo. O custo das novas terapias e demanda por terapias inovadoras pressiona sistemas de saúde. Algumas iniciativas tem surgido para avaliar medicamentos, mas as implicações dessas legislações globalmente permanecem incertas, gerando preocupações sobre financiamento de inovação e pesquisa. 

3 – Inteligência artificial

A inteligência artificial (IA), agora classificada como a terceira maior tendência no relatório de 2024-2025, destaca-se pelo impacto do ChatGPT da OpenAI. Na área da saúde, algoritmos de aprendizado de máquina são empregados para analisar dados, proporcionando compreensão aprimorada da segurança e eficácia de tratamentos. 

4 – Estímulo à inovação

A promoção da inovação surge como tema essencial para introduzir novas tecnologias de saúde, embora o desafio de equilibrar preços acessíveis e estímulo à inovação persista. Destaca-se a necessidade de inovação para atender lacunas significativas em diversas áreas. Áreas negligenciadas, como o desenvolvimento de tratamentos para bactérias resistentes a medicamentos, carecem de incentivos financeiros. 

5 – Equidade em saúde

A aplicação dos determinantes sociais da saúde na pesquisa está em ascensão, com a ISPOR apoiando esforços e debates sobre sua incorporação em avaliações econômicas de saúde. A acessibilidade crescente de dados possibilita a integração desses fatores na pesquisa. A OMS define este tópico como a ausência de diferenças entre grupos, alcançada quando todos atingem seu pleno potencial de saúde. 

6 – Aprovações aceleradas de medicamentos

A tendência de aprovações aceleradas de medicamentos retorna no relatório, impulsionada pela pressão para lançar terapias inovadoras, especialmente para doenças raras. Em 2022, a maioria das aprovações nos EUA (65%) utilizou programas acelerados, e na Europa, 5 de 89 medicamentos foram aprovados sob avaliação acelerada. Essas aprovações baseiam-se frequentemente em evidências clínicas limitadas, gerando incertezas sobre o “valor” da terapia. 

7 – Mensuração de valor

A mensuração e avaliação do valor na área da saúde são cruciais, especialmente com a transição para o cuidado baseado em valor. O QALY, comumente usado, enfrenta críticas por subvalorizar a qualidade de vida de grupos como pessoas com condições crônicas e idosos.

8 – Paciente no centro do cuidado

O relatório de tendências destaca a importância contínua da centrar-se no paciente, ressaltando a necessidade de envolvimento ativo dos pacientes na pesquisa em saúde. Na área de farmacoeconomia e avaliação de desfechos, o olhar dos pacientes é fundamental para compreender suas experiências, preferências e critérios de sucesso no tratamento. Embora progressos tenham sido feitos, desafios persistem, incluindo a inclusão insuficiente e tardia de pacientes na pesquisa, além da necessidade de considerações mais amplas de equidade em saúde. 

9 – Medicina de precisão

A medicina personalizada, focada no tratamento individualizado com base em características específicas, destaca-se na introdução de terapias inovadoras. Os termos “medicina de precisão” e “medicina personalizada” são utilizados como sinônimos, mas o último abrange dimensões mais amplas, considerando aspectos biológicos, psicológicos e sociais da saúde. Em 2022, nos EUA, 12 medicamentos de precisão foram aprovados, representando 34% das novas terapias moleculares. A oncologia lidera a medicina de precisão, enfrentando desafios relacionados a custos, desenho de ensaios clínicos e equidade.

10 – Saúde pública

A saúde pública é uma prioridade no cenário de HEOR, destacando desafios globais como mudanças climáticas, agitação social, guerra e recessão econômica. Estima-se que serão 250.000 mortes adicionais anuais devido às mudanças climáticas entre 2030 e 2050, com aumento de mortes relacionadas ao calor e impacto nas doenças infecciosas. A agitação social pode prejudicar o acesso aos serviços de saúde. A recessão econômica está associada a reduções na expectativa de vida. A abordagem multidisciplinar é crucial para enfrentar esses desafios globais, incentivando a colaboração entre profissionais de saúde pública e HEOR.

Segundo o CEO e Diretor Executivo, Rob Abbott, o Relatório de Tendências HEOR Top 10 é uma publicação importante para a ISPOR. “As tendências são identificadas por meio de uma revisão minuciosa de para onde a saúde está caminhando, uma pesquisa entre os membros e curadoria do Conselho de Política em Ciências da Saúde e do Escritório de Ciências da ISPOR”, explicou.

Foto: Reprodução