fbpx

CENTRAL DE ATENDIMENTO 24H: 0800 61 3333

Microbots na saúde: conheça os robôs que podem possibilitar novas formas de tratamento

Por Futuro da Saúde

Os avanços da tecnologia e da medicina cada vez mais estão interligados. Uma das áreas mais intrigantes dessa interseção é a emergência de microbots na saúde – uma fusão de nanotecnologia, robótica e medicina que tem o potencial de mudar a prática da medicina como um todo.

Esses microrrobôs podem ser enviados ao corpo humano para realizar uma variedade de funções, como a entrega de medicamentos diretamente para células doentes, realização de pequenas cirurgias ou até mesmo reparos em nível celular. No entanto, embora essa ideia possa parecer coisa de ficção científica, ela está rapidamente se tornando uma realidade graças aos avanços recentes em robótica, nanotecnologia e biologia sintética.

Antes de entender os benefícios e as possibilidades trazidas por esses microdispositivos, vamos entender melhor o que são e como funcionam.

O que são microbots na saúde

Microbots são robôs microscópicos, máquinas muitas vezes menores do que a ponta de um alfinete. Eles são projetados para realizar tarefas específicas dentro do corpo humano. Conseguem ser programados para desempenhar várias funções que antes exigiam intervenção humana direta ou procedimentos invasivos.

Dentro da classificação de microbots, existe uma categoria experimental conhecida como nanobots. Eles são construídos em escala nanométrica, construídas por meio da associação de átomos específicos. A nanotecnologia lida com dimensões e tolerâncias entre 1 e 100 nanômetros. Para se ter uma ideia, há 1 bilhão de nanômetros em 1 metro.

O conceito por trás dos microrrobôs na saúde é inspirado pela natureza. Assim como os glóbulos brancos do sistema imunológico patrulham o corpo, identificando e neutralizando patógenos, os microbots poderiam ser programados para realizar funções similares, como localizar células doentes e administrar tratamentos diretamente a elas. Além disso, também podem ser usados para realizar tarefas delicadas e precisas que são difíceis para os médicos humanos. Por exemplo, a remoção de coágulos sanguíneos ou a restauração de tecido danificado.

Tipos de microbots

A comunidade científica tem explorado uma variedade de abordagens para a criação de microbots, cada uma com suas funcionalidades específicas. Existem os que se movem através de métodos bioinspirados. Assim, imitam os movimentos de bactérias ou espermatozoides para se locomover através dos fluidos do corpo. Outros são guiados magneticamente, permitindo um controle externo preciso de sua localização e movimento.

Há também os que são alimentados por reações químicas. Alguns deles são projetados para se mover em resposta a alterações na composição química do ambiente. Já outros utilizam as reações químicas para se propulsionar através do corpo. Dessa forma, eles são autônomos, tendo o potencial de realizar tarefas por longos períodos sem necessidade de controle externo constante.

Algumas abordagens de microdispositivos utilizam o conceito de enxame, onde um grande número de microrrobôs trabalha em conjunto para realizar tarefas. Isso é inspirado por comportamentos naturais, como o voo coordenado de bandos de pássaros ou o comportamento de colônias de formigas. Cada microbot em um enxame pode ser simples e limitado em sua funcionalidade. Porém, quando trabalham juntos, podem realizar tarefas complexas.

Aplicações dos microbots na medicina

As funcionalidades dos microbots na saúde são tão diversas quanto suas formas e métodos de locomoção. Eles podem ser usados para entregar medicamentos diretamente a células ou tecidos específicos, realizar pequenas cirurgias, limpar bloqueios em vasos sanguíneos, ou monitorar condições no interior do corpo.

São diversas as aplicações dos microrrobôs na saúde. Vale lembrar, entretanto, que apesar de haver estudos sobre essas possibilidades, ainda podem estar longe de serem uma realidade para o dia a dia dos brasileiros.

Liberação controlada de medicamentos

Os microrrobôs podem ser carregados com medicamentos e programados para se moverem para locais específicos dentro do corpo. Assim, liberam o medicamento diretamente no local da doença. Isso pode aumentar a eficácia e minimizar os efeitos colaterais ao evitar a exposição de tecidos saudáveis ao medicamento.

Terapia direcionada e tratamento localizado

Microbots podem ser usados para proporcionar tratamentos mais localizados e direcionados. Por exemplo, a administração de radiação diretamente a um tumor, reduzindo o dano aos tecidos saudáveis ao redor. Além disso, podem ser usados para fornecer terapias genéticas ou celulares diretamente às células afetadas.

Monitoramento e detecção de biomarcadores

Outra aplicação desses microdispositivos na medicina é o monitoramento de biomarcadores e a detecção precoce de doenças. Assim, os microrrobôs podem ser equipados com sensores para detectar a presença de biomarcadores específicos, permitindo um diagnóstico mais precoce e preciso de doenças como câncer, diabetes ou Alzheimer.

Pesquisas e desenvolvimentos em microbots terapêuticos

A área de microbots terapêuticos está em constante evolução. Por exemplo, pesquisadores estão explorando o uso desses microrrobôs para administrar imunoterapia. Trata-se de um tipo de tratamento para o câncer que usa o sistema imunológico do paciente para combater a doença.

Microcirurgias e procedimentos complexos

Microbots têm o potencial de realizar procedimentos cirúrgicos de uma maneira menos invasiva e mais precisa. Por exemplo, eles podem ser programados para realizar microcirurgias, como a remoção de coágulos sanguíneos ou a reparação de vasos sanguíneos danificados.

Limpeza e desobstrução de vasos sanguíneos

Microbots podem ser usados para limpar bloqueios em vasos sanguíneos. Isso preveniria condições como ataques cardíacos ou derrames. Eles poderiam ser usados para desintegrar coágulos sanguíneos ou remover placas de colesterol.

Estimulação e reparação de tecidos

Microbots podem ser usados para estimular a reparação de tecidos danificados ou para administrar terapias de regeneração tecidual. Isso pode ser particularmente útil no tratamento de feridas crônicas ou na regeneração de tecidos após lesões ou cirurgias.

Uso de microbots para imagem e diagnóstico médico

Finalmente, os microbots podem ser usados para melhorar os procedimentos de imagem e diagnóstico. Eles poderiam ser equipados com câmeras ou outros tipos de sensores, permitindo a visualização interna do corpo em uma resolução muito maior do que é atualmente possível com tecnologias de imagem existentes. Além disso, conseguiriam coletar amostras de tecido para análise, evitando a necessidade de procedimentos invasivos de biópsia.

Desafios e limitações dos microbots nas práticas médicas

À medida que se explora o potencial dos microbots na medicina, também se depara com uma série de desafios e limitações. O primeiro deles é que, para que os microrrobôs sejam eficazes, precisam ser controlados com extrema precisão para que possam chegar ao seu destino pretendido sem causar danos a outras partes do corpo.

A limitação do controle é um problema ainda maior quando se considera que o corpo humano é um ambiente complexo e dinâmico. Com movimento contínuo dos fluidos corporais e presença de tecidos e células, manter o controle de um microbot é um desafio.

Outra grande limitação é o problema da biocompatibilidade. Qualquer material estranho introduzido no corpo deve ser biocompatível para evitar uma resposta imunológica indesejada. Isso significa que os materiais usados para fabricar microbots devem ser cuidadosamente selecionados e testados. É preciso garantir que não irão desencadear uma resposta imunológica.

Os desafios tecnológicos também se estendem à fabricação dos microbots. Por causa de seu tamanho microscópico, os processos de fabricação precisam ser extremamente precisos. Isso pode levar muito tempo e ter grande custo.

Outro desafio significativo é a energia. Os microbots precisam de uma fonte de energia para operar. Encontrar uma fonte adequada que possa ser miniaturizada a um tamanho suficientemente pequeno tende a ser um problema.

Ainda, a introdução de microbots no corpo humano levanta questões éticas. As principais são: o consentimento informado, a privacidade do paciente e o potencial para abuso. Além disso, há também o desafio de obter a aprovação regulamentar para o uso de microbots em procedimentos médicos.

Finalmente, os microbots enfrentam a barreira da aceitação do paciente. Como uma tecnologia emergente, muitos pacientes podem ser hesitantes ou temerosos sobre ter microbots inseridos em seus corpos. A educação do paciente e a comunicação eficaz serão essenciais para superar essa barreira.

Foto: Reprodução