Por Medicina S/A
O crescente aumento nos diagnósticos de câncer de mama em mulheres jovens tem chamado atenção e levantado o alerta em todo país. Segundo dados da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), o percentual de mulheres abaixo de 40 anos diagnosticadas com câncer mais que dobrou nos últimos anos, passando de 7,9% em 2009 para 21,8% em 2020.
“As sociedades especialistas no Brasil já faziam essa recomendação oficialmente, assim como muitos médicos com suas pacientes. Apesar do número de diagnósticos em mulheres jovens não ser tão comum, não é um dado irrelevante, cerca de 1/5 da população feminina possui o diagnóstico. Até então, existia um entendimento de que o custo-benefício de fazer esses exames não era eficiente, já que existiam muitos casos de falsos positivos, levando a cirurgias e outros procedimentos desnecessários, aumentando o comprometimento emocional da paciente. Mas, em geral, os casos de câncer em jovens têm aumentado nos últimos anos, o que deve desencadear em alterações, como a que já é feita pela Sociedade Brasileira de Mastologia, que recomenda a mamografia de rastreamento anual a partir dos 40 anos para mulheres de risco habitual e a partir dos 30 anos para mulheres de alto risco”, explica Mariana Alfenas, Coordenadora da Radiologia Mamária do CEPEM.
O câncer de mama é o tipo que mais atinge a população global feminina. De acordo com os dados mais recentes da OMS, a doença teve 2,26 milhões de casos identificados em 2020. No Brasil, projeções do Instituto Nacional de Câncer (INCA) indicam que cerca de 74 mil diagnósticos anuais serão registrados entre 2023-2025.
Segundo Mariana, conscientizar o público-alvo, ou seja, mulheres a partir dos 40 anos, têm um impacto fundamental não só na prevenção, mas em diagnósticos precoces, que demandam intervenções médicas às vezes menos agressivas, aumentando a sobrevida e o bem-estar dessas pacientes. “Temos como exemplo nossas próprias campanhas: por meio da tecnologia, conseguimos identificar quem são as pacientes que estão nessa faixa etária e quando realizaram os últimos exames, por exemplo. Com esses dados em mãos, fazemos uma mobilização voltada só para esse público, lembrando da importância do acompanhamento médico.”, ressalta o especialista.
Inteligência Artificial diminui caminho entre exame e diagnóstico
Para Rafael Canineu, médico e especialista em gestão de dados (Health Analytics) da Alliança Saúde, o uso da Inteligência Artificial pode se transformar em uma das grandes contribuições para melhorar o cenário da saúde. A Cedimagem conta com a parceria de uma startup de saúde, que através de algoritmos de inteligência artificial faz a identificação de exames com alterações suspeitas e sugestivas de câncer, e, desta forma seguirá o processo mais eficiente para o diagnóstico precoce da doença.
Ao passar por uma mamografia ou ultrassom das mamas o exame da paciente recebe o laudo do profissional médico, onde este escreve os achados durante o procedimento, como calcificação, nódulo, massa, etc. “Depois disso esses achados são enviados de forma anonimizada, ou seja, sem a identificação do paciente, para uma plataforma desenvolvida pela startup Neuralmed, e com a ajuda da inteligência artificial é possível em segundos ou minutos receber a triagem já feita, através dessas palavras-chave e apontar os casos sugestivos de câncer, mostrando de imediato quem precisará passar por um exame complementar, como a biópsia”, explica Rafael Canineu, Diretor Médico de Health Analytics da Alliança Saúde.
Depois de analisados através dos algoritmos de inteligência artificial os exames sinalizados como suspeitos podem seguir para um fluxo onde a equipe de saúde da Alliança entra em contato com o médico prescritor ou paciente para a devolutiva desses resultados, permitindo que o paciente continue a investigação de forma rápida e segura. “Essa é uma significativa mudança no processo da cadeia de análises da empresa, que emite 200 mil laudos de mamografia e ultrassonografia de mamas por ano. Vale ressaltar que a plataforma Neuralmed não recebe nenhum dado sensível dos pacientes, respeitando todas as diretivas da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais.
O atendimento personalizado feito pela Cedimagem auxilia no diagnóstico precoce da doença que segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), quanto antes descoberto a doença, as chances de cura podem chegar a 95%, encurtando a jornada da paciente, entre o diagnóstico e o tratamento e permitindo a sustentabilidade na cadeia que envolve planos de saúde, hospital e tratamentos.
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